quarta-feira, 5 de novembro de 2008

SANTA AMBIGUIDADE, BATMAN!

A manchete é de um jornal do Rio de Janeiro. Faz sentido, né? Luana, Luana...

MORFOLOGIA


Chamamos de Morfologia o estudo das formas existentes na língua.
Quando pensamos em analisar morfologicamente um texto, um enunciado ou mesmo um sintagma, estamos preocupados em reconhecer quais são as classes gramaticais a que pertencem as palavras ali existentes.
A análise morfológica leva em consideração A PALAVRA POR ELA MESMA, ou seja, quem ela é; a qual família ou grupo de palavras ela pertence.
Vale lembrar que são 10 as classes gramaticais em língua portuguesa - será que você se lembra bem de cada uma delas? Se não estiver seguro quanto à resposta a esta pergunta, vale a pena conferir o resuminho que incluo logo abaixo:

SUBSTANTIVOS: são palavras que designam tanto seres (visíveis ou não, animados ou não, reais ou não), quanto as ações, estados, desejos, sentimentos e idéias. Todas as palavras de nossa língua que desempenham a função de NOMEAR as coisas são substantivos.

ADJETIVOS: são as palavras que caracterizam os seres. Referem-se sempre a um substantivo explícito ou subentendido na frase, com o qual concordam em gênero e número.

NUMERAIS: são palavras que expressam quantidade exata de pessoas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa determinada seqüência. Indicam ainda multiplicação ou frações.

ARTIGOS: são as palavras que precedem o substantivo, indicando-lhe o gênero e o número, ao mesmo tempo que também determinam ou generalizam esse substantivo.

ADVÉRBIOS: são palavras que, basicamente, modificam o verbo, o adjetivo e outros advérbios; sempre acrescentando a eles uma circunstância (tempo, modo, intensidade, lugar, companhia, instrumento etc.)

PRONOMES: são as palavras que substituem ou acompanham o substantivo, indicando a sua posição em relação às pessoas do discurso ou mesmo situando-o no espaço e no tempo.

PREPOSIÇÕES: são palavras invariáveis que unem termos de uma oração, estabelecendo entre eles variadas relações.

CONJUNÇÕES
: são palavras invariáveis usadas para ligar orações ou termos semelhantes de uma oração.

INTERJEIÇÕES: são palavras invariáveis usadas para exprimir emoções e sentimentos. Comumente as chamamos de "elementos afetivos da linguagem".

VERBOS: são palavras que se flexionam em número, pessoa, tempo e voz. Em termos significativos, o verbo costuma indicar uma ação, um estado ou fenômeno da natureza.

Ufa! Conseguiu refrescar sua memória e definir um pouco melhor esses conceitos? Um bom exercício para colocar em prática as noções morfológicas é, dentro de um texto, tentar identificar a classe gramatical a que pertencem as palavras que o compoem.
É curioso o quanto a automaticidade e instantaneidade dos atos de comunicação fazem com que percamos de vista, em alguns casos, a classificação morfológica dos termos!
Lembre-se de que, inseridas num contexto, algumas palavras podem mudar a sua classificação e assumir valores diferentes daquele que possuiria isolada da frase em que figura.
Bons estudos!

Prof. Daniel Vícola

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A CONCORDÂNCIA DO VERBO "SER"

"Ser ou não ser?" A clássica pergunta de Shakespeare poderia dar lugar, neste momento a "Entender ou não entender" mais uma questão referente à concordância verbal?! (risos) Isso fica a seu critério, lógico! A explicação abaixo, contudo, contém tudo o que você precisa saber acerca da concordância desse idiossincrático verbo da nossa amada língua portuguesa.

A CONCORDÂNCIA DO VERBO SER:

O verbo de ligação ser apresenta uma concordância particularíssima, já que, em vez de concordar sempre com o sujeito, oscila frequentemente entre o sujeito e o predicativo do sujeito:

Tua vida são essas ilusões. (concordância feita com o predicativo do sujeito "vida")

Seguem algumas regras importantes:

01 - Na indicação de horas, datas e distâncias o verbo ser é impessoal, não tem sujeito e concordará com a expressão designativa da hora, data ou distância, ou seja, com a expressão numérica (predicativo):

Da estação à fazenda são três léguas a cavalo.
Hoje são vinte e um do mês, não é?
Seriam seis e meia da tarde?
É uma hora e meia. ¹
É meio-dia e meia.
Hoje são 31 de março. ²

[¹] - A forma adequada é meia e não meio, porque a palavra hora está subentendida.
[²] - Se aparece a palavra dia antes da expressão numérica, o verbo com ela concorda. Assim diremos: Hoje é dia 31 de outubro (porque aí o predicativo é a palavra dia).

Observação: Estando a expressão que designa hora precedida da locução perto de, hesitam os escritores entre o plural e o singular:

Eram perto de oito horas.
Era perto de duas horas.

► Como se pergunta as horas? Assim é que se pergunta:

Que (= quantas) horas são? (= são quantas horas?)

Pois em tais frases, não há sujeito, e o predicativo é que (pronome-adjetivo equivalente a quantas).

E responder-se-á:
É uma hora.
São três horas.

02 - Quando o verbo ser é acompanhado de muito, pouco, bastante, suficiente etc., usa-se apenas é, independentemente do número em que estiver o sujeito:

Dois dias é pouco tempo para aprender tudo isso.
Três mil reais é bastante por esta casa.
Vinte quilos é muito para uma criança carregar.
Dois metros de tecido é suficiente para fazer o seu terno.
Seis é demais para fazer o trabalho.

► Há quem ache estranha a concordância do verbo ser em construções como: Seis é demais. E acham que deveria ser: Seis são demais. A concordância no singular, embora estranha, acontece normalmente com as expressões que denotam excesso (é demais), suficiência (é bastante), insuficiência (é pouco), etc. É mais um caso de concordância ideológica: o sujeito, embora no plural, guarda a ideia coletiva e o verbo no singular sintoniza com essa ideia.

O3
- Como elemento de realce, vale-se a língua da locução é que, de grande poder expressivo. Tal locução é invariável, e, por isso, não alteramos a concordância do verbo com o sujeito:

Eu é que mantenho a ordem aqui.
Nós é que mantemos a ordem aqui.
Tu é que manténs a ordem aqui.

Da mesma forma se diz, com ênfase:

Vocês são muito é atrevidos.

04 - Quando o sujeito for um dos pronomes tudo, o que, isto, isso, ou aquilo, o verbo ser concordará com seu predicativo:
Tudo eram hipóteses.
Aquilo eram sintomas graves.
O que atrapalha bastante são as discussões.

Atenção! O verbo ser fica no singular quando o predicativo é formado de dois núcleos singulares:

Tudo o mais é saudade e silêncio.

05 - Quando o sujeito e o predicativo são nomes de coisas e pertencem a números diferentes, o verbo ser concorda, de preferência, com o que está no plural:

A cama (coisa) são umas palhas (coisa).
Essas vaidades são o seu segredo.
A causa eram seus projetos.
A vida não são rosas.

O sujeito ou predicativo sendo nome de pessoa ou pessoa, a concordância se faz com a pessoa:

O homem é cinzas.
Paulo era só problemas.
Você é suas decisões.
Seu orgulho eram os velhinhos.

06 - Quando um dos dois termos da frase – sujeito ou predicativo – for um pronome pessoal, o verbo ser concordará com este pronome:

Todo eu era olhos e coração.
Nas minhas terras, o rei sou eu.

EXERCÍCIOS

Faça a concordância correta do verbo SER nas orações abaixo:

01- Tua vida [é / são] essas ilusões.
02 - Essas vaidades [é / são] o seu segredo.
03 - Você [são / é] suas decisões.
04 – Seu orgulho [eram / era] os velinhos.
05 – [É / são] uma hora.
06 – [É / são] dia treze de maio.
07 – Seis quilos de carne [é / são] mais do que suficiente.
08 – [Era / Eram] sete de maio da era de 1439.
09 – Hoje [é / são] vinte e um do mês, não [é / são]?
10 - Emília [é / são] os encantos de sua avó.
11 – Eu [ou que / é que] mantenho a ordem aqui.
12 – [Era / Eram] uma vez dois cavaleiros.
13 – Cem mil cruzeiros [é / são] muito.
14 – Quando voltei de cidade [eram / era] uma hora e meia da tarde.
15 – Aquilo [era / eram] caprichos que não durariam muito.
16 – O que se quer [é / são] homens.
17 - Seis anos [são / é] muito.
18 – Daqui à cidade [são / é] seis quilômetros puxados.
19 – Dois dias [são / é] pouco tempo para aprender tudo isso.
20 – Quantos [são / é] hoje, três ou quatro de março?
21 – Hoje [é / são] dia vinte de setembro, amanhã [serão / será] dia vinte e um.
22 – Dois metros de fazenda [foi / foram] suficiente para fazer seu terno.
23 – Manoel [é / são] os mimos da família.
24 – [É / São] meia-noite e meia.
25 – Tudo [seriam / seria] lembranças passageiras.
26 – A tristeza [é / são] os dias perdidos da juventude.
27 – Sua salvação [foi / foram] aquelas ervas.
28 – Para ele dez milhões [é / são] menos que dez reais.
29 – Aquilo [era / eram] asperezas que o tempo.
30 – Nas minhas terras o rei [é – sou] eu.
31 – Que fez isso [foi – fomos] nós.
32 – O problema aqui [são / é] os mosquitos.
33 –[Era / Eram] cerca de nove horas quando ela chegou.
34 – Cinco dias é / são pouco para irmos a pé até Manaus.
35 - Susana olhe para o relógio e veja se já [são / é] seis horas.
36 - Nossa, já [é / são] meia-noite.
37 - Minha cama naquela época [era / eram] folhas de bananeira.

RESPOSTAS:

01 - [são]
02 - [são]
03 - [é]
04 - [eram]
05 - [é]
06 - [é]
07 - [é]
08 - [eram]
09 - [são / são]
10 - [é]
11 - [é que]
12 - [era]
13 – [é]
14 - [era]
15 - [eram]
16 - [são]
17 - [é]
18 - [são]
19 - [é]
20 - [são]
21 - [é] [será]
22 – [foi]
23 - [é]
24 - [é]
25 - [seriam]
26 - [são]
27 - [foram]
28 - [é]
29 - [eram]
30 - [sou]
31 - [fomos]
32 - [são]
33 - [eram]
34 - [é]
35 – [são]
36 – [é]
37 – [eram]

Prof. Daniel Vícola

REGÊNCIA NOMINAL

(Repare: "senso de humor".)

Os nomes – substantivos, adjetivos, e certos advérbios - também podem, como no caso dos verbos, solicitarem um complemento (complemento nominal) para ampliar, ou mesmo, completar seu sentido:

Tenho amor (nome = termo regente) aos livros (complemento nominal = termo regido).

Essa relação particular, que se estabelece entre o nome e seu complemento, vem sempre marcada por uma preposição:

Está alheio a tudo.
Estava ansioso para ouvir a música.

► Nos exemplos acima, como na regência verbal, observa-se o papel relevante da preposição na regência nominal. Contudo, cabe observar que certos substantivos e adjetivos admitem mais de uma regência, ou seja, mais de uma preposição. A escolha desta ou daquela preposição deve, no entanto, obedecer às exigências da clareza e da qualidade sonora e adequar-se às diferentes nuanças do pensamento.
Na regência nominal, não há muitos desencontros entre a norma culta e a fala popular. Em todo caso, segue, aqui, uma lista de nomes acompanhados da respectiva preposição.

Observação: Ao aprender a regência do verbo, você estará praticamente aprendendo a regência do nome cognato (que vem da mesma raiz do verbo). É o caso, por exemplo, do verbo obedecer e do nome obediência. O verbo obedecer exige a preposição a, que é a mesma exigida pelo nome obediência. De maneira que a regência deste verbo e deste nome resume-se na mesma preposição a.

Relação de alguns SUBSTANTIVOS e ADJETIVOS acompanhados de suas preposições mais usuais:

Acessível [a]
Acostumado [a, com]
Adequado [a]
Admiração [a, por]
Afável [para, para com]
Afeição [a, por]
Aflito [com, por]
Alheio [a, de]
Aliado [a, com]
Alusão [a]
Análogo [a]
Ansioso [por]
Antipatia [a, contra, por]
Apologia [de]
Apto [a, para],
Atenção [a]
Atento [a, em]
Atencioso [com, para com]
Aversão [a, para, por]
Avesso [a]
Ávido [por]
Benefício [a]
Benéfico [a]
Capacidade [de, para]
Certeza [de]
Coerente [com]
Compaixão [de, para com, por]
Compatível [com]
Concordância [a, com, de, entre]
Conforme [a, com]
Constituído [com, de, por]
Consulta [a]
Contente [com, de, em, por]
Contíguo [a]
Cruel [com, para, para com]
Curioso [de, por]
Desacostumado [a, com]
Desatento [a]
Desejoso [de]
Desfavorável [a]
Desrespeito [a]
Desgostoso [com, de]
Desprezo [a, de, por]
Devoção [a, para, com, por]
Devoto [a, de]
Dificuldade [com, de, em, para]
Discordância [com, de, sobre]
Dúvida [acerca de, em, de, sobre]
Equivalente [a]
Empenho [de, em, por]
Fácil [a, de, para]
Facilidade [de, em, para]
Falho [de, em]
Falta [a]
Favorável [a]
Fiel [a]
Feliz [de, com, em, por]
Fértil [de, em]
Grato [a]
Graduado [a]
Guerra [a]
Hábil [em]
Habituado [a]
Horror [a]
Hostil [a, para com]
Ida [a]
Impaciência [com]
Impotente [para, contra]
Impróprio [para]
Imune, [a, de]
Inábil [para]
Inacessível [a]
Incapaz [de, para]
Indulgente [com, para com]
Inerente [a]
Ingrato [com]
Intolerante [com]
Invasão [de]
Junto [a, de]
Leal [a]
Lento, [em]
Maior [de]
Medo [de, a]
Morador [em]
Natural [de]
Necessário [a]
Necessidade [de]
Nocivo [a]
Obediente [a]
Ódio [a, contra]
Oposto [a]
Parecido [a, com]
Paralelo [a]
Preferência [a, por]
Pasmado [de]
Preste [a, para]
Passível [de]
Peculiar [a]
Pendente [de]
Preferível [a]
Propício [a]
Próximo [a, de]
Pronto [para, em]
Propensão [para]
Próprio [de, para]
Querido [de, por]
Receio [de]
Relação [a, com, de, por, para com]
Rente [a]
Residente [em]
Respeito [a, com, para com, por]
Semelhante [a]
Simpatia [a, para com, por]
Sito [em]
Situado [a, em, entre]
Solidário [com]
Superior [a]
Suspeito [a, de]
Tentativa [contra, de, para, para com]
Último [a, de, em]
União, [a, com, entre]
Útil [a, par]
Versado [em]
Vizinho [a, de, com]

Regência de ADVÉRBIOS:

Merecem menção estes dois advérbios: longe [de] e perto [de].

É importante observar que os advérbios formados de adjetivos + sufixo [-mente], tendem a apresentar a mesma preposição dos adjetivos:

Compatível [com] ==> compativelmente [com].

REGÊNCIA VERBAL

"O Chico namora com a Rosinha" ou "O Chico namora a Rosinha"? Descubra lendo a explicação abaixo e não perca mais tempo para dar muitos beijinhos!

Regência
é o modo pelo qual um termo rege, administra outro que o complementa. A regência pode ser verbal ou nominal. Na verbal, é o mecanismo que regula as ligações entre um verbo (termo regente ou subordinante) e seu complemento (termo regido ou subordinado) que lhe completa ou amplia o sentido:

Assistimos (regente) ao desfile (regido = obj. indireto).

Quanto à regência verbal, os verbos estão divididos em:

a) Transitivos diretos: pedem complementos verbais sem preposição = objetos diretos (od):
O filho acompanha (v.t.d) o pai (o.d).

b) Transitivos indiretos: pedem complementos verbais com preposição = objeto indireto (oi): Eu gostei (v.t.i) do jogo (o.i).

► Nesse caso, observa-se que o termo regido prende-se aos regentes por meio das preposições. Por isso, elas desempenham papel relevante tanto na regência verbal, como na nominal.

Alguns verbos podem ser:

Transitivos diretos ou indiretos: a regência muda segundo o seu significado:

Aspirar = respirar, cheirar, absorver, é transitivo direto.
Aspirar = almejar, desejar, é transitivo indireto.

Transitivos diretos e indiretos: pedem um objeto direto e indireto:

• Eu entreguei (v.t.d.i) o documento (o.d) ao diretor (o.i).

► Nos verbos transitivos, a ação verbal "transita" pelo verbo e se dirige ou termina no objeto. Com os verbos intransitivos não há objetos. A ação verbal termina nele: Ele não morreu. Mas pode haver outros complementos como, por exemplo, adjuntos adverbiais: Ele morreu ontem. (adjunto adverbial de tempo)

OS VERBOS MAIS COMUNS E SUAS REGÊNCIAS

Como a finalidade deste conteúdo didático não é apresentar um dicionário de regimes verbais, registrei apenas os principais empregos de verbos. Certos verbos há que, no uso popular, obedecem a uma regência e, no uso culto, outra. Neste caso, a Gramática propõe como correto apenas o uso culto.

01 - Os verbos deixar, fazer, mandar e ver, são construídos com os pronomes oblíquos [me, o, a, os, as], e não com os retos [eu, ele(s), ela(s)]: Deixe-me ver. (e não: Deixe eu...)

Deixe-a levar o cão. (e não: Deixe ela...)
Mande-as entrar.
Faça-os andar.

02 - Ajudar é transitivo direto, quando referir-se a pessoa:

Antônio ajudava o pai na roça.
Ajudou o padre a guardar o pão sagrado.

03 - Agradar [= satisfazer] usa-se com a preposição a:

A canção agradou (satisfez) ao público.
O jogo está agradando ao torcedor.

Agradar [= fazer carinho, agrado; acariciar], é transitivo direto:

O pai agrada os filhos.
Magali agrada o gatinho branco.

Almejar e Amar são verbos transitivos diretos:

Ele amava o pai.
Ele almejava uma carreira melhor.

05 - Ansiar [= desejar ardentemente] é transitivo indireto. Use-o sempre com a preposição por:

Ansiava por me ver fora daquela casa.
Ansiou por ir ao seu encontro.

06 Aspirar [= desejar, pretender] é transitivo indireto. Use-o, com preposição a:

Nunca aspirei a esse cargo.
O rapaz aspira a uma promoção.

Observação: Se for usar um pronome como objeto indireto, use apenas a ele (e variações), e não lhe, lhes:

O cargo ficou vago, mas não aspiro a ele. (e não: lhe aspiro)
A promoção é iminente, e o rapaz a ela aspira.

Aspirar [= inalar, respirar, sorver, tragar, absorver] ar, perfume, pó, gás, etc. é transitivo direto:

Aspirou o ar cálido.
Há máquinas que aspiram o pó do assoalho.

07 Assistir [= socorrer, ajudar, prestar assistência] é transitivo direto:

O médico assiste o doente.
Moças de minissaia assistiam os fregueses.

Assistir [= presenciar, estar presente a, caber] é transitivo indireto; use-o com a preposição a:

Por que não assistes às aulas?
Assiste ao prefeito o dever de resolver esse problema.

Observação: A exemplo de aspirar, o verbo assistir não aceita como o.i o pronome oblíquo lhe nem lhes. Havendo necessidade, use a ele e variações:

Você falou em televisão? Nunca assisto a ela.

08 Atender [= dar atenção ou levar em consideração o que alguém nos diz, considerar, ouvir-lhe os conselhos] é transitivo indireto. Use-o com a preposição a:

Eles atenderam aos nossos conselhos.
O diretor não atendeu aos pedidos dos pais.

Atender [= acolher, receber, recepcionar] é transitivo direto:

A professora atendeu os alunos.
As meninas estão atendendo os visitantes.

09 - Avisar e Certificar são verbos transitivos diretos e indiretos. Avisamos e certificamos a alguém ou alguém de alguma coisa:

Avisamos a data (o.d) aos participantes (o.i).
Certificamos os participantes (o.d) da data (o.i).

Observação: evite usar dois objetos indiretos:

Avisamos aos participantes (o.i) da data (o.i).

10 - Os verbos Chegar / Ir / Vir e todos os Verbos de Movimento são intransitivos, portanto, não exigem um objeto: Chegamos! - Cheguei! - Fui! Esses verbos, geralmente, apresentam um adjunto adverbial. Quando o adjunto adverbial for de lugar, usa-se a preposição a e não em:

Chegamos ao teatro.
Fui ao Maracanã.
Vieram à cidade fazer compras.

► Os principais verbos de movimento são: ir, vir, voltar, regressar, retornar, chamar, sair, subir, trepar, levar.

► Na norma culta, a preposição em, depois do verbo de movimento, indica o lugar dentro do qual ocorre a ação:

O menino ia no bonde. (= dentro do bonde)

11 - Esquecer / Lembrar admitem duas construções:

a) Se usá-los com a preposição de, deverá usá-los como verbos pronominais, isto é, com pronome, obrigatoriamente:

Esqueci-me do (de + o) seu nome.
Você se lembra do dia do meu aniversário?

b) Se quiser usá-los sem a preposição, não use o pronome:

Você lembra o dia do meu aniversário?
Esqueci seu nome.

12 - Morar (morador), Residir (residente), Situar-se (sito) são transitivos indiretos. Use-os com a preposição em:

Moro na (em+ a) Rua Minas Gerais.
Marisa já residiu na Alameda Itu.

► Lembre-se: moramos, residimos, situamos em algum lugar, e não a algum lugar.

13 - Namorar não se usa com preposição:

Namoro você faz tempo. (e não: namoro com você)
Quer me namorar? (e não: Quer namorar comigo?)

14 - Obedecer e Desobedecer são transitivos indiretos, emprega-se com a preposição a:

Os corpos obedecem às leis da gravidade.
O bom filho não desobedece aos pais.

15 - Com Preferir não usamos a locução conjuntiva do que, nem o advérbio mais, e somente a preposição a:

Prefiro trabalhar a passar fome.
E não: Prefiro [mais] trabalhar [do que] passar fome.

16 - Simpatizar e Antipatizar são transitivos indiretos. Use-os com a preposição com:

Nunca simpatizei com essa gente.
Eu simpatizo com Maria.

Observação: Não usamos esses verbos com pronomes:

Sempre antipatizei com todos. (e não: Sempre me antipatizei...)

16 – Chamar (= convocar, fazer vir) é [VTD] e [VTI] com a preposição a:

O Diretor chamou o aluno (OD) à sua presença (OI).
Estão chamando o professor (OD) ao telefone (OI).
Chamar, quando [VTD], pode vir regido da preposição de realce por: “Chamou por um escravo.” (M.Assis)

A menina teve medo e chamou pela (por + a) mãe.

Chamar (= ter, possuir um nome) deve estar sempre acompanhado de um pronome átono (me, te, se, nos, etc.):

Eu me chamo Teodoro.
Ela se chama Quitéria.
Chamaramno charlatão.

17 – Custar (= ter valor) pode ser seguido de complemento com que se indica o preço, ou deste complemento e do [OI]:

O anel custou duzentos mil reais.
Uma casa como essa custa milhares [de milhões] (OI).

Custar (= ser custoso, difícil), emprega-se na 3ª pessoa do singular, tendo como sujeito a coisa que é difícil (expressa por um verbo no infinitivo); a pessoa para qual a coisa é difícil é [OI]:

Custou-me (OI) muito [encontrar a rua]. (O.S.S.SUBJETIVA)
Custou-me (OI) [a crer] (O.S.S.SUBJETIVA) que sai de lá ileso.

Observações: Tanto faz dizer: “Custa-me crer ou “Custa-me a crer”. Seria incorreto dizer: “eu custo a crer”, “ele custa a entender”, etc. O certo é: “custa-me a crer”, “custa-lhe entender”, etc.

18 - Confiar (= ter confiança) é [VTI]. Use-o com a preposição em:

Ele sempre confiou em sua namorada.
Confio em meus amigos.

Confiar (= entregar com confiança) é [VTI]. Confiamos alguma coisa a alguém:
Confiou os documentos (OD) a você (OI).

19 – Ensinar é [VTI]. Ensinamos alguma coisa a alguém:

Ensinava dança (OD) a Joana (OI).
Ensinava computação (OD) a seus funcionários. (OI)

20 – Implicar (= acarretar) é [VTD]:

A sua decisão implica (VTD) demissões. (OD)
Implicar (= ter implicância) é [VTI]. Use-o com a preposição com:

O professor implicava com todos.

21 - Presidir pode ser usado como [VTD], sem preposição, ou como [VTI], com a preposição a:

Não se sabe quem presidirá (VTD) o congresso. (OD)
Não se sabe quem presidirá ao congresso. (OI)

22 – Torcer sempre por alguém ou por algum time. Nunca para alguém ou para algum clube:

Vou torcer por vocês. (E não: para vocês.)
Sempre torci pelo Palmeiras. (E não: para o Palmeiras.)

23 – Responder (= dar resposta) é [VTI], use-o com a preposição a:

Você já respondeu ao questionário?
respondi à carta que recebi de Luísa.

Responder (= dar resposta mal-educada) é [VTD], sem preposição:

Nunca responda os mais velhos. (VTD)

24 - Pedir é [VTDeI]. Pede-se alguma coisa a alguém:

Ele pediu um presente ao pai.

Observações: Evite o uso com a preposição para: "Pediu um presente para o pai." A norma culta só admite pedir para quando há, subentendida, a idéia de permissão ou licença:

O aluno pediu (licença) para sair.

25 – Propor (= ter em vista, dispor-se a) pode ser construído com ou sem a preposição a, indiferentemente:

Eu me propus livrá-lo de uma dificuldade.
Ou: Eu me propus a livrá-lo de uma dificuldade.

26 – Pagar e Perdoar são [VTD] quando o [OD] refere-se a coisa:

O padre perdoa os pecados (OD= coisa).
Vou pagar minhas despesas (OD= coisa).
Pagar e Perdoar são [VTI] quando o [OI] refere-se a pessoa. Use-os com a preposição a:

Vou pagar ao dentista (OI= pessoa).
O padre perdoa aos fiéis. (OI=pessoa).

► Esses verbos aceitam a bi-transitividade (VTDeI):

Pagam o salário (OD = coisa) ao funcionário. (OI = pessoa)
Perdoaram o crime (OD = coisa) ao criminoso. (OI = pessoa)

27 -
Vencer e Ver são transitivos diretos, portanto, usados sem preposição:

Ele acabou vencendo o desafio.
Ele viu o jogo.

28 - Apresentamos, aqui, uma pequena relação de verbos que pedem a preposição a:

Administrar, agradar e desagradar, atear (fogo), atender, atentar, autorizar, avisar, beber (à saúde), brincar, caber, causar, ceder, cheirar, começar, comparar, competir, comunicar, conceder, concorrer, conduzir, conferir, contar, continuar, convidar, corresponder, dar, deixar, desagradar, descer, ensinar, enviar, escapar, escrever, explicar, forçar, fugir, importar, jurar, levar, ligar, mentir, ministrar, mostrar, ocorrer, oferecer, pagar, pregar, presidir, puxar, querer (bem), recordar, servir, sorrir, telefonar, tocar, tomar, vender, voltar.

domingo, 3 de agosto de 2008

CONCORDÂNCIA NOMINAL

Regra geral: o artigo, o numeral, o adjetivo e o pronome adjetivo concordam com o substantivo a que se referem em gênero e número.

Ex.: Dois pequenos goles de vinho e um calçado certo deixam qualquer mulher irresistivelmente alta.

Concordâncias especiais:

Ocorrem quando algumas palavras variam sua classe gramatical, ora se comportando como um adjetivo (variável) ora como um advérbio (invariável).

Já comemos meia maçã e meio sanduíche de atum.
Flora está meio preocupada com a situação.

Mais de um vocábulo determinado:

1- Pode ser feita a concordância gramatical ou a atrativa.

Ex.: Comprei um sapato e um vestido pretos. (gramatical, o adjetivo concorda com os dois substantivos)
Comprei um sapato e um vestido preto. (atrativa, apesar do adjetivo se referir aos dois substantivos ele concordará apenas com o núcleo mais próximo)

Um só vocábulo determinado:

1- Um substantivo acompanhado (determinado) por mais de um adjetivo: os adjetivos concordam com o substantivo.

Ex.: Seus lábios eram doces e macios.

2- Bastante- bastantes.

Quando adjetivo, será variável e quando advérbio, será invariável.

Ex.: Há bastantes motivos para sua ausência. (bastantes é adjetivo de motivos)
Os alunos falam bastante. ( bastante é advérbio de intensidade, referindo-se ao verbo)

3- As palavras: anexo, incluso, obrigado, mesmo, próprio:

São adjetivos que devem concordar com o substantivo a que se referem.

Ex.: A fotografia vai anexa ao curriculum.
Os documentos irão anexos ao relatório.

CUIDADO! Quando precedida da preposição em, a palavra anexo fica invariável.
Ex.: As fotografias vão em anexo.

Envio-lhes, inclusas, as certidões./ Incluso segue o documento.
A professora disse: muito obrigada./ O professor disse: muito obrigado.
Ele próprio fará o pedido ao diretor./ Ela própria fará o pedido ao diretor.
Ele mesmo fará o trabalho./ Ela mesma fará o trabalho.

A palavra mesmo pode ser advérbio quando significa realmente, de fato. Será, portanto, invariável.
Ex.: Maria viajará mesmo para os EUA.

4- As palavras muito, pouco, caro, barato, longe, meio, sério e alto:
São palavras que variam seu comportamento funcionando ora como advérbios (sendo assim, invariáveis), ora como adjetivos (variáveis).

Ex.: Os homens eram altos./ Os homens falavam alto.
Poucas pessoas acreditavam nele./ Eu ganho pouco pelo meu trabalho.
Os sapatos custam caro./ Os sapatos estão caros.
A água é barata./ A água custa barato.
Viajaram por longes terras./ Eles vivem longe.
Eles são homens sérios./ Eles falavam sério.
Muitos homens morreram na guerra./ João fala muito.
Ele não usa meias palavras./ Estou meio gorda.

5 - As expressões: É bom, é necessário, é proibido:
Só variam se o sujeito vier precedido de artigo ou outro determinante.

Ex.: É proibido entrada de estranhos./ É proibida a entrada de estranhos.
É necessário chegar cedo./ É necessária sua chegada.

6 - As palavras menos, alerta e pseudo: São sempre invariáveis.
Ex.: Havia menos professores na reunião./Havia menos professoras na reunião.
O aluno ficou alerta./ Os alunos ficaram alerta.
Era um pseudomédico./ Era uma pseudomédica.

7 - Só, sós: Quando adjetivos, serão variáveis, quando advérbios, serão invariáveis.
Ex.: A criança ficou ./ As crianças ficaram sós. (adjetivo)
Depois da briga, restaram copos e garrafas quebrados. (advérbio)

ATENÇÃO:
A locução adverbial a sós é invariável.

Ex.: Preciso falar a sós com ele.

8 - A concordância dos particípios que funcionam como adjetivos: Os particípios concordarão com o substantivo a que se referem.

Ex.: Os livros foram comprados a prazo.
As mercadorias foram compradas a prazo.

Se o particípio pertencer a um tempo composto, será invariável:
Ex.: O juiz tinha iniciado o jogo de vôlei./ A juíza tinha iniciado o jogo de vôlei.

DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE


Em uma narrativa, o narrador pode apresentar a fala das personagens através do discurso direto ou do discurso indireto.

No discurso direto, conhecemos a personagem através de suas próprias palavras. Para construir o discurso direto, usamos o travessão e certos verbos especiais, que chamamos de verbos "de dizer" ou verbos dicendi.

São exemplo de verbos dicendi os verbos falar, dizer, responder, retrucar, indagar, declarar, exclamar e assim por diante.

Na seguinte passagem do romance "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, ficamos sabendo do sofrimento e da rudeza de Fabiano, o protagonista, através da forma como ele se dirige ao filho:

"Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.
- Anda, condenado do diabo! - gritou-lhe o pai
."

No discurso indireto, o narrador "conta" o que a personagem disse. Conhecemos suas palavras indiretamente. A passagem mencionada acima ficaria assim:

"O pai gritou-lhe que andasse, chamando-o de condenado do diabo."

Há ainda, uma terceira forma de conhecer o que as personagens dizem. É o discurso indireto livre. Nesse caso, o narrador passa do discurso indireto para o direto sem usar nenhum verbo dicendi ou travessão.

Por exemplo, numa outra passagem de Vidas Secas, o narrador usa o discurso indireto livre para caracterizar a personagem de seu Tomé:

"Seu Tomé da bolandeira falava bem, estragava os olhos em cima de jornais e livros, mas não sabia mandar: pedia. Esquisitice de um homem remediado ser cortês. Até o povo censurava aquelas maneiras. Mas todos obedeciam a ele. Ah! Quem disse que não obedeciam?"

Podemos observar que a última reflexão não é do narrador, e sim da personagem, pensando sobre a questão.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

"EU SÓ COMPITO SE AS REGRAS FOREM ALTERADAS!"


Que brasileiro, em sã consciência (que frase mais clichê!), diria essa frase sem titubear? Acredito que poucos, pois a maioria não teria certeza de que forma do verbo competir deveria utilizar na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, tempo que indica ação cotidiana, caracterizado pela frase "Todos os dias eu..."

Pois bem, a frase apresentada está CERTA!

O verbo competir deve ser assim conjugado no presente do indicativo:

Eu compito,
Tu competes,
Ele compete,
Nós competimos,
Vós competis,
Eles competem.

No presente do subjuntivo, tempo que indica hipótese, desejo, dúvida no momento presente, caracterizado pela expressão "Espero que eu..." , deve ser assim conjugado:

Que eu compita,
Que tu compitas,
Que ele compita,
Que nós compitamos,
Que vós compitais,
Que eles compitam.

Conjugações semelhantes ocorrem com os verbos:

aderir, despir, inserir, repelir, advertir, diferir, interferir, ressentir, aferir, digerir, investir, revestir, aspergir, discernir, mentir, seguir, assentir, divergir, perseguir, sentir, auferir, divertir, preferir, servir, compelir, expelir, pressentir, sugerir, concernir, ferir, preterir, transferir, consentir, impelir, prosseguir, deferir, inferir, referir, desferir, ingerir, refletir.

VAMOS PRATICAR UM POUQUINHO?

Teste da semana:

Que opção completa corretamente as lacunas da frase abaixo?

Não _____ problemas entre _____ e você.

a) há - mim;
b) existe - mim;
c) há - eu;
d) existem - eu.

Resposta do teste:

Letra (a). O verbo HAVER, com o sentido de “existir”, é impessoal (sem sujeito), por isso só deve ser usado no singular: “ problemas = EXISTEM problemas”. Já a preposição “entre” exige o uso do pronome oblíquo tônico: “entre MIM e você”.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

VERBOS: PRESENTE DO INDICATIVO

Observe atentamente os tempos verbais das formas destacadas na canção abaixo:

O mundo é um moinho
(Composição: Cartola)

Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção querida
Embora saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões à pó.

Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás a beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés

Todas as formas verbais destacadas nessa belíssima letra de Cartola aparecem flexionadas no PRESENTE e, como o expressam em tom de certeza, de afirmação dos fatos, então este é o PRESENTE DO MODO INDICATIVO.

Vamos relembrar esse TEMPO e esse MODO?

PRESENTE DO INDICATIVO

O MODO INDICATIVO serve para expressar ações definidas, reais. O TEMPO PRESENTE, normalmente, exprime as ações que acontecem no momento em que se fala. Entretanto, este tempo verbal pode ser também empregado em outras circunstâncias. Vejamos alguns empregos do presente do indicativo na língua portuguesa:

* Para indicar PRESENTE MOMENTÂNEO:

"Não percamos de vista o ardente Sílvio que lá vai, que desce e sobe, escorrega e salta." - M. Assis. (Fato atual, que se dá no momento em que se fala; o narrador, aqui, está presenciando as ações do personagem)

* PRESENTE DURATIVO:

"A Igreja condena a pílula anticoncepcional e a Ciência a aprova." (Ações ou estados considerados permanentes)

* PRESENTE HABITUAL ou FREQÜENTATIVO:

"Aqueles jovens estudam na mesma escola." (A forma verbal no presente indica um hábito, uma coisa que acontece sempre.)

* PRESENTE HISTÓRICO ou NARRATIVO:

"Procuram-se e acham-se. Enfim, Sílvio achou Sílvia; viram-se, caíram nos braços um do outro, ofegantes de canseira, mas remidos com a paga. Unem-se, entrelaçam os braços e regressam palpitando da inconsciência para a consciência." - M. Assis. (Os verbos no presente servem para dar mais vivacidade às ações acontecidas no passado.)

* PRESENTE COM SENTIDO DE FUTURO MUITO PRÓXIMO:

"Vou arrumar as malas e, amanhã, embarco para a Europa."
"Vou à Roma, depois sigo para Londres."
(Para se evitar qualquer tipo de ambigüidade, deve-se usar advérbios de
tempo que exprimam futuro junto ao verbo no presente)