terça-feira, 26 de outubro de 2010

SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS



SINONÍMIA E ANTONÍMIA (SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS)

SEMÂNTICA é a parte dos estudos gramaticais que se incumbe justamente do processo de construção e transmissão do SIGNIFICADO. Daí que, quando nossa análise prioriza o chamado ASPECTO SEMÂNTICO ela esteja preocupada em se voltar para o estudo da construção do significado por meio das palavras. As relações de sinonímia e antonímia são fenômenos compreendidos pelo estudo semântico.
Chamamos de SINÔNIMOS os vocábulos cujos significados são aproximados, ou seja, palavras cuja significação é bastante parecida, porém (e convém que você se detenha com muita atenção a este "porém"!) nunca de significação IGUAL. Sim, porque o princípio organizador da língua é inteligentíssimo: se a palavra "A" for absolutamente igual, em termos de significação, à palavra "B", pra quê, então, precisaríamos de "B"? "A" já terá dado conta da necessidade linguística que a originou. Portanto, por mais parecidas que sejam as palavras, nunca poderemos dizer que elas são IDÊNTICAS quanto ao seu sentido; a relação de sinonímia pressupõe apenas uma noção de SEMELHANÇA entre dois termos.
A relação semântica oposta à sinonímia é a antonímia. E aqui, sim, podemos pensar em uma relação de OPOSIÇÃO dos significados. São antônimos os vocábulos cujos significados são contrários: bom e mau, alto e baixo, quente e frio etc.
Mas ainda em relação aos antônimos podemos, também, fazer justa e importante ressalva: há a antonímia tradicional (essa que acabamos de demonstrar) e a chamada antonímia circunstancial, que se dá quando, por exemplo, dois termos não são necessariamente "opostos", mas, dentro de um determinado contexto enunciativo, passam a ser. Observe o exemplo abaixo:

Ela não falava, apenas sentia aquilo tudo...

Falar e sentir não são, teoricamente, palavras de significação oposta. Na verdade, podemos muito bem pensar, são palavras cujos significados sequer se aproximam; são ações completamente diferentes. No entanto, como você pôde perceber pela frase acima, há, sim, uma relação de OPOSIÇÃO criada entre esses dois termos DENTRO DO CONTEXTO EM QUE FORAM EMPREGADOS. A essa relação de oposição por força do contexto de ocorrência chamamos de ANTONÍMIA CIRCUNSTANCIAL. Ali, naquela frase, falar e sentir são, sim, exemplos de antônimos.
Espero que essa informação lhe tenha sido útil e que você continue a nos acompanhar em nossa Gramática aplicada.
Um grande abraço a todos e até a próxima!

Prof. Daniel Vícola

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