quinta-feira, 30 de agosto de 2012

ESTAMOS "EM PÉ" OU "DE PÉ"?


A dúvida foi levantada pelo aluno Diogo, da Federal Getussp. Alguma vez você também ficou em dúvida a respeito de qual das duas formas utilizar? Pois bem, uma pesquisa em diferentes fontes revelou que, neste caso, são corretas as duas formas de se dizer. Assim, via de regra, para muitos contextos, tanto faz dizer ou escrever "em pé" ou "de pé".
Mas, curioso por maiores explicações, foi em gramáticas portuguesas que encontrei maiores detalhes acerca da utilização dessas expressões. O que aprendi com nossos irmãos portugueses, então, compartilho abaixo, com todos vocês!
Cada um dos falantes da língua escolhe uma ou outra forma conforme lhe parecer melhor, pois que ambas as locuções significam, geralmente, em posição vertical, ereto, firme, levantado. São, pois, do ponto de vista semântico, locuções sinônimas. 
Há, porém, algumas pequenas nuances de significação quanto ao emprego: geralmente dizemos "de pé", quando aludimos à posição contrária à de sentado ou deitado
Veja alguns exemplos:

O meu professor dá as aulas sempre de pé
Fique de pé e ouça-me. 
Estou de pé desde as seis horas da manhã. 
Ficou de pé o dia inteiro para atender as pessoas. 
As árvores morrem de pé

Repare que, em todos os casos, a expressão "de pé" é antônima de "sentado(a)" ou "deitado(a)".

Geralmente dizemos "em pé" quando nos referimos à posição de ereto, firme, levantado, sem pretendermos contrapô-la à de sentado ou deitado. 
Observe alguns exemplos:

O André é aquele que está ali, em pé, perto da Júlia. 
Vou até ao restaurante de comer em pé
Ele farta-se de trabalhar. Anda sempre em pé
Quanto a funcionário, geralmente dizemos que ele está sempre em pé no seu trabalho – sempre em pé para atender as pessoas – e não sempre de pé. Sendo assim, parece que devemos preferir: o funcionário trabalha em pé.

Contudo, como já dissemos, estamos em presença de expressões sinônimas. As diferenças expostas acima dizem respeito apenas às preferências registradas no uso cotidiano da língua, numa tentativa de entender e esclarecer como é que se dá o emprego de tais expressões em atos de comunicação engendrados em língua portuguesa. De maneira geral, por se tratar de uma relação sinonímica, você poderá empregar aquela forma que, no ato de fala, sentir que fica melhor.
Espero que todos tenham aproveitado a pesquisa e esclarecido mais uma dúvida referente à nossa querida língua portuguesa!
Grande abraço a todos.

Professor Daniel Vícola

terça-feira, 28 de agosto de 2012

"A SEMANA PASSADA" OU "NA SEMANA PASSADA"?



Já teve essa dúvida e não soube como solucioná-la? No uso cotidiano da língua impasses como esse sempre surgem e é muito pertinente que você, querendo conhecer um pouco mais do nosso idioma, dedique-se a solucioná-los e, através disso, melhorar sua capacidade de expressão escrita e falada.
Nesse caso específico, a gramática nos mostra que é indiferente usar a preposição "em" ou não. Assim, indistintamente, você poderá dizer/escrever: 

O presidente da empresa deu várias entrevistas o ano passado. 
O presidente da empresa deu várias entrevistas no ano passado. 

Esta semana pretendemos dar um grande impulso ao movimento. 
Nesta semana pretendemos dar um grande impulso ao movimento. 

Receberemos a mercadoria quinta-feira próxima. 
Receberemos a mercadoria na quinta-feira próxima. 

“No ano anterior, ali pelo mês de agosto, tendo eu quarenta e dois anos, fiz-me teólogo. – quero dizer, copiava os estudos de teologia de um padre de Niterói, antigo companheiro de colégio, que assim me dava. delicadamente, casa, cama e mesa. Naquele mês de agosto de 1859, recebeu ele uma carta de um vigário de certa vila do interior, perguntando se conhecia pessoa entendida, discreta e paciente, que quisesse ir servir de enfermeiro ao Coronel Felisberto, mediante um bom ordenado.” (Machado de Assis – O enfermeiro)

“A noite passada, você veio me ver / A noite passada, eu sonhei com você” (Herbert Viana)

“No dia em que o homem chegou, Betsy teve o derrame e ficou sem comer.” (Rubem Fonseca – Betsy)

“Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar.” (Chico Buarque de Holanda – Valsinha)

“(…) Uma noite, correu a notícia de que o bazar se incendiara.” (Cecília Meireles – Brinquedos incendiados)

“Um dia desses, indagado sobre qual das modernas comodidades tecnológicas eu não dispensaria, respondi de pronto: a energia elétrica.” (Gilberto Gil)