sexta-feira, 24 de maio de 2013

"ÀS VEZES", "À VONTADE", "À ESQUERDA"


SETE PECADOS DA CRASE


PARA APRENDER PORTUGUÊS DEFINITIVAMENTE!




Começamos nossas atividades no último sábado, minha gente! Com muita alegria em receber um grupo tão animado e com vontade de aprender a língua portuguesa! Gostaríamos MUITO de contar também com a SUA PRESENÇA neste curso TÃO ESPECIAL!
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VERBOS TERMINADOS EM "-EAR" E "-IAR"

"Ó, e agora quem poderá remedIAR a situação?"

Você sabe conjugar os verbos terminados em “-ear” e os terminados em “-iar”?

O certo é “Eu ARREIO ou ARRIO”?

Os dois estão certos.

Eu ARREIO é do verbo ARREAR (=pôr os arreios);
Eu ARRIO é do verbo ARRIAR (=abaixar, descer).

1) Todos os verbos terminados em “-EAR” (ARREAR, CEAR, FREAR, PASSEAR, PENTEAR, RECEAR, RECREAR, SABOREAR…) são irregulares: fazem um ditongo “EI” nas formas rizotônicas (1ª, 2ª, 3ª do singular e 3ª do plural, nos tempos do presente):

PRESENTE DO INTICATIVO

Eu arrEIo
Tu arrEIas
Ele arrEIa
Nós arreamos
Vós arreais
Eles arrEIam

PRESENTE DO SUBJUNTIVO (=que…)

Eu arrEIe
Tu arrEIes
Ele arrEIe
Nós arreemos
Vós arreeis
Eles arrEIem

2) Os verbos terminados em “-IAR” (ARRIAR, ANUNCIAR,COPIAR, MIAR, PREMIAR, VARIAR…) são regulares, exceto: ANSIAR, INCENDIAR, ODIAR, MEDIAR, INTERMEDIAR e REMEDIAR, que são irregulares (= ditongo “EI” nas formas rizotônicas):

Observe a diferença:

PRESENTE DO INDICATIVO

ARRIAR (=verbo regular)
Eu arrio
Tu arrias
Ele arria
Nós arriamos
Vós arriais
Eles arriam

ANSIAR (=verbo irregular)
Eu ansEIo
Tu ansEIas
Ele ansEIa
Nós ansiamos
Vós ansiais
Eles ansEIam

PRESENTE DO SUBJUNTIVO

eu arrie
tu arries
ele arrie
nós arriemos
vós arrieis
eles arriem

eu ansEIe
tu ansEIes
ele ansEIe
nós ansiemos
vós ansieis
eles ansEIem

Portanto, o certo é:

Ele anseia, incendeia, odeia, medeia, intermedeia e remedeia (=irregulares); mas…

Ele arria, anuncia, copia, mia, premia, varia

O verbo MAQUIAR (=maquilar) também é regular: maquio, maquias, maquia…

Resumindo:

VERBOS TERMINADOS EM -EAR E -IAR

1. -EAR: recebem "i" depois do "e", nas formas rizotônicas.

Recear: recEIo, recEIas, recEIa, receamos, receais, recEIam.
recEIe, recEIes, recEIe, receemos, receeis, recEIem
receei, receaste, receou, receamos, receastes, recearam

Errado: freiar, estreiar e ceiar.
Correto: FREAR, ESTREAR e CEAR

2. -IAR: regulares.

Arriar: arrio, arrias, arria, arriamos, arriais, arriam.
Maquiar: maquio, maquias, maquia, maquiamos, maquiais, maquiam.

Os verbos irregulares Mediar, Ansiar, Remediar, Incendiar e Odiar: recebem um "e" antes do "i" nas formas rizotônicas:

Odiar: odEIo, odEIas, odEIa, odiamos, odiais, odEIam.
odEIe, odEIes, odEIe, odiemos, odieis, odEIem.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

"DIA A DIA" OU "DIA-A-DIA"? COMO FICA A GRAFIA DEPOIS DO ACORDO ORTOGRÁFICO?


A forma correta de escrita da locução é dia a dia, sem o hífen. A locução dia-a-dia passou a estar errada desde a entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico, em janeiro de 2009. 
Devemos utilizar a locução adverbial ou substantiva dia a dia sempre que quisermos nos referir a uma ação realizada diariamente ou uma ação que vai sendo realizada à medida que os dias passam. A expressão dia a dia, em seu uso como substantivo composto, significa cotidiano
Segundo o Novo Acordo Ortográfico, o hífen não deverá ser utilizado nas palavras compostas que possuem, entre seus termos, um elemento de ligação (normalmente, uma preposição).  São exemplos dessa nova regra as seguintes palavras: dia a dia, fim de semana, pé de moleque, lua de mel, sala de jantar, cão de guarda, cor de vinho, café com leite, à toa, etc.
Assim como a expressão “dia a dia”, muitas outras expressões já tradicionais na língua portuguesa perderam o hífen. Confira:

corpo a corpo (substantivo e advérbio), passo a passo (substantivo e advérbio), arco e flecha, general de divisão, lua de mel, pé de moleque, ponto e vírgula, não me toques (melindres), um disse me disse, um deus nos acuda, um(a) maria vai com as outras, um pega pra capar, carne de sol, dor de cotovelo, pau de sebo, (um) faz de conta, queda de braço, (forró/trio) pé de serra, fim de semana, bicho de sete cabeças, mão de obra, quarta de final e dia a dia (substantivo e advérbio).

Exemplos de uso da expressão dia a dia

A funcionária atualizava a lista de presença dia a dia
Dia a dia vai melhorando a saúde do paciente. 
Meu dia a dia às vezes é tão aborrecido! 

Atenção às exceções! (Sempre elas...)

1) água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia (as economias de uma pessoa), ao deus-dará e à queima-roupa;
2) os nomes de espécies botânicas e zoológicas, como andorinha-do-mar, bem-te-vi, cana-de-açúcar, coco-da-baía, dente-de-leão, feijão-carioca, feijão-verde, joão-de-barro, limão-taiti e mamão-havaí;
3) os adjetivos pátrios derivados de topônimos compostos, como cruzeirense-do-sul, florentino-do-piauí e mato-grossense-do-sul.

Espero que todos tenham entendido.
Um grande abraço a todos!

Professor Daniel Vícola

segunda-feira, 6 de maio de 2013

LINGUÍSTICA E GRAMÁTICA: VOCÊ ENTENDE A DIFERENÇA?




LINGUÍSTICA E GRAMÁTICA

Por Aldo Bizzocchi

Embora a linguística seja uma ciência com mais de cento e cinquenta anos de idade, ela é ainda pouco conhecida, não só pelo público leigo, mas também por boa parte do meio acadêmico. Muitos confundem a linguística com a gramática, por acharem que ambas tratam do mesmo objeto: a língua. Outros, adeptos da gramática tradicional, muito mais antiga que a linguística, veem nesta última uma ameaça à “pureza da língua”, por ser, segundo eles, uma disciplina por demais permissiva e tolerante com os “erros gramaticais dos falantes incultos”. Isso tudo demonstra que, ainda hoje, a linguística vive cercada por uma aura de desconhecimento e preconceito, fruto, sem dúvida, da ignorância geral sobre o assunto. Por isso, é oportuno falarmos um pouco sobre linguística e sobre gramática.
A gramática, tal qual a conhecemos hoje, foi criada no século IV a.C. (...) e foi definida como “a arte de escrever com correção e elegância” e tinha um caráter eminentemente normativo, isto é, era um conjunto de regras a ser seguidas por todos aqueles que pretendessem escrever bem. (...) Com o passar do tempo, a gramática fixou-se como a disciplina que determina quais formas da língua são corretas e quais não, sempre, é claro, do ponto de vista da linguagem tal qual é usada pelos falantes eruditos. (...) Se hoje a gramática da língua portuguesa recomenda ou até impõe certas construções (como fá-lo-ei ou dir-lho-ás, por exemplo) que o povo em geral absolutamente não usa, é em grande parte porque nossa gramática ainda se baseia no uso linguístico do século XVII. Por sua própria natureza, a gramática é uma disciplina normativa, isto é, que impõe regras e determina como se deve ou não falar ou escrever. Nesse sentido, ela não é uma ciência, pois não é sua função estudar e descrever a língua em si, tal qual ela é falada, mas sim estabelecer, segundo critérios às vezes bastante arbitrários, como os falantes cultos devem falar ou escrever.
Por outro lado, a linguística é uma ciência, surgida entre fins do século XVIII e princípios do XIX, cujo objeto de estudo é a linguagem verbal, isto é, a língua. Enquanto ciência, a linguística não se interessa pelo que a língua deve ser, mas sim pelo que ela efetivamente é. (...) Devido ao seu caráter científico, a linguística não recomenda nem proíbe este ou aquele uso da língua. Sua abordagem deve ser neutra, objetiva e imparcial, como convém a toda ciência que se preze (embora os espíritos mais esclarecidos saibam que neutralidade, objetividade e imparcialidade absolutas são metas impossíveis de ser atingidas, seja pela ciência ou por qualquer outra atividade humana, mas essa é uma questão extremamente complexa e vasta, que não discutirei aqui).
Por outro lado, sabemos que as sociedades ditas civilizadas são bastante complexas e heterogêneas, isto é, dividem-se em inúmeros grupos sociais, cada um com sua cultura, seu modo de vida e sua norma de linguagem próprios. Assim, para que haja intercomunicação entre esses grupos, é preciso que haja um padrão de linguagem comum a todos eles, padrão que chamamos de norma culta. Essa norma é a que se usa, por exemplo, nos meios de comunicação de massa (jornais, revistas, rádio, TV), e é por isso que todas as pessoas, em todas as regiões do país, pertencentes aos mais diversos grupos sociais, conseguem ler livros ou assistir televisão e entender o que estão lendo ou ouvindo. Sem a norma culta, não haveria intercomunicação e, consequentemente, relacionamento social entre os diversos grupos que compõem a sociedade, o que levaria à própria desintegração dessa sociedade.
(...) Entretanto, não há necessariamente conflito entre a linguística e a gramática, há antes interação entre as duas, pois um fato linguístico de uso generalizado pelos falantes de uma língua, e que, como tal, é objeto de estudo da linguística, acaba mais cedo ou mais tarde tendo seu uso prescrito pela gramática; por outro lado, aquilo que a gramática impõe como de uso obrigatório passa a ser em geral aceito e utilizado pelos falantes, tornando-se, pois, objeto da descrição linguística. Assim, a linguística e a gramática são na verdade disciplinas distintas, porém intimamente relacionadas, cada uma com seu papel plenamente definido, e nenhuma das duas interfere no campo de ação da outra. Não há, portanto, razão alguma para conflito, como pensam alguns.
Quanto à linguística, ela não é essa disciplina permissiva que “defende os erros gramaticais”, como diziam os gramáticos mais tradicionalistas. Nenhum linguista, em sã consciência, propugnaria o uso de palavras e expressões erradas — do ponto de vista da gramática normativa, bem entendido — na imprensa ou em textos formais em geral. Mas a linguística parte do princípio de que a norma culta, embora seja importantíssima, não é o único padrão linguístico existente, e na verdade a maior parte da população se comunica a maior parte do tempo em outras normas que não a norma culta. (Pense, por exemplo, que se você usar a norma culta, com todas as suas regras rígidas, para falar com o pipoqueiro ou com o varredor de ruas, eles provavelmente não o entenderão, ou, no mínimo, pensarão que você está querendo “botar banca” para cima deles.) Por isso, é preciso que exista uma ciência que estude a “língua real” e não apenas a “língua oficial”, caso contrário, estaríamos nos recusando a conhecer e a entender nossa própria realidade linguística e social. Além disso, o chamado “erro” gramatical é, na verdade, a prova da evolução da língua: foi graças aos “erros” gramaticais e de pronúncia cometidos pelo povo romano ao longo dos séculos que o latim se transformou no que hoje é o português, o espanhol, o francês, o italiano, etc. Assim, o estudo da linguagem popular nos ajuda a compreender a própria evolução das línguas com o tempo.