quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

EXERCÍCIOS SOBRE CRASE - VAMOS PRATICAR?


Muito cobrado, muito exigido pelas provas de língua portuguesa é o conhecimento acerca do acento indicador de CRASE, que nada mais é que o fenômeno da junção de dois sons vocálicos idênticos o que, no português moderno, se trata do encontro do A (preposição) com o A (artigo ou vogal que inicia os pronomes demonstrativos AQUELE, AQUILO, AQUELA).
Espero que você esteja pronto(a) para o desafio e se concentre na resolução das questões!
Ao final da bateria de testes você encontrará o gabarito!
Boa sorte!

Professor Daniel Vícola

01) Em qual das alternativas o uso do acento indicativo de crase é facultativo?

a) Minhas ideias são semelhantes às ideias dele.
b) Ele tem um estilo à Eça de Queiroz
c) Dei um presente à Mariana.
d) Fizemos alusão à mesma teoria.
e) Cortou o cabelo à Gal Costa.

02) "O pobre fica ___ meditar, ___ tarde, indiferente ___ que acontece ao seu redor".

a) à - a - aquilo
b) a - a - àquilo
c) a - à - àquilo
d) à - à - aquilo
e) à - à - àquilo

03) "A casa fica ___ direita de quem sobe a rua, ___ duas quadras da Avenida Central".

a) à - há
b) a - à
c) a - há
d) à - a
e) à - à

04) "O grupo obedece ___ comando de um pernambucano, radicado ___ tempos em São Paulo, e se exibe diariamente ___ hora do almoço".

a) o - à - a
b) ao - há - à
c) ao - a - a
d) o - há - a
e) o - a - a

05) "Nesta oportunidade, volto ___ referir-me ___ problemas já expostos ___ V. Sª ___ alguns dias".

a) à - àqueles - a - há
b) a - àqueles - a - há
c) a - aqueles - à - a
d) à - àqueles - a - a
e) a - aqueles - à - há

06) Assinale a frase gramaticalmente correta:

a) O Papa caminhava à passo firme.
b) Dirigiu-se ao tribunal disposto à falar ao juiz.
c) Chegou à noite, precisamente as dez horas.
d) Esta é a casa à qual me referi ontem, às pressas.
e) Ora aspirava a isto, ora aquilo, ora a nada.

07) O Ministro informou que iria resistir _____ pressões contrárias _____ modificações relativas _____ aquisição da casa própria.

a) às - àquelas _ à
b) as - aquelas - a
c) às àquelas - a
d) às - aquelas - à
e) as - àquelas - à

08) A alusão _____ lembranças da casa materna trazia _____ tona uma vivência _____ qual já havia renunciado.

a) às - a - a
b) as - à - há
c) as - a - à
d) às - à - à
e) às - a - há

09) _____ Igreja cabe propugnar pelos princípios éticos e morais que devem reger _____ vida das comunidades, enquanto _____ política deve visar ao bem comum.

a) A - à - à
b) À - a - a
c) À - à - a
d) À - à - à
e) A - a - a

10) _____ dias não se consegue chegar _____ nenhuma das localidades _____ que os socorros se destinam.

a) Há - à - a
b) A - a - a
c) À - à - a
d) Há - a - a
e) À - a - a

11)  Fique _____ vontade; estou _____ seu inteiro dispor para ouvir o que tem _____ dizer.

a) a - à - a
b) à - a - a
c) à - à - a
d) à - à - à
e) a - a - a

12) No tocante _____ empresa _____ que nos propusemos _____ dois meses, nada foi possível fazer.

a) àquela - à - à
b) aquela - a - a
c) àquela - à - há
d) aquela - à - à
e) àquela - a - há

13) Chegou-se _____ conclusão de que a escola também é importante devido _____ merenda escolar que é distribuída gratuitamente _____ todas as crianças.

a) à - à - à
b) a - à - a
c) a - à - à
d) à - à - a
e) à - a - a

14) A tese _____ aderimos não é aquela _____ defendêramos no debate sobre os resultados da pesquisa.

a) a qual - que
b) a que - que
c) à que - a que
d) a que - a que
e) a qual a que

15) Em relação _____ mímica, deve-se dizer que ela exerce função paralela _____ da linguagem.

a) a - a
b) à - a
c) a - à
d) à - àquela
e) a - àquela

Agora, confira seu desempenho através do gabarito:

1 C / 2 C / 3 D / 4 B / 5 B / 6 D / 7 A / 8 D / 9 B / 10 D / 11 B / 12 E / 13 D / 14 B / 15 D 

Fonte dessa lista de exercícios: Site PCI Concursos

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

ENTENDA A NOVA ORTOGRAFIA


 E o fato é simplesmente um: ninguém gosta dela, muitos discordam dela, outros sequer a admitem como acréscimo ou evolução, mas tão simplesmente como um grande e desnecessário quiprocó no universo das letras.
Gostando ou não, o período de convivência entre a norma antiga e as novas regras ortográficas chega ao fim no próximo ano e, como você bem deve saber, está mais do que na hora de ficar por dentro do assunto e, mesmo relutando, tentar entender e colocar em prática as mudanças.
Para ajudá-los nessa ingrata e difícil tarefa, aqui vão alguns sempre bem-vindos (palavra que continua sendo escrita assim, com hífen!) esclarecimentos.

O QUE É O NOVA REFORMA ORTOGRÁFICA DA LÍNGUA PORTUGUESA?

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi elaborado há 18 anos e só agora sai do papel para ser adotado a partir do ano que vem. O objetivo dessa reforma é sincronizar a ortografia de todos os países que falam português, acabando com as diferenças existentes entre eles.

Esse acordo atinge todos os países da Comunidade de de Países de Língua portuguesa, e já foi ratificado por Brasil, Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Os demais países que ainda não ratificaram o acordo, na teoria, não fazem muita diferença e serão obrigados a usar o nova ortografia, uma vez que basta a assinatura de três integrantes da comunidade para se adotar uma mudança.

No Brasil, a partir de 2009, será adotada a nova ortografia e, entre 2010 e 2012, será o período de transição, onde tanto a ortografia antiga quanto a nova serão aceitas e, a partir de 2012, somente a nova ortografia será aceita.

O QUE MUDA NO BRASIL?

No Brasil, somente 0,6% (aprox) das palavras serão afetadas. Veja abaixo as mudanças:

TREMA
Deixará de existir em todas as palavras (ex: lingüiça será escrito como “linguiça”), com exceção para nome próprios

HÍFEN
Não será mais usado nos seguintes casos:
■Quando o primeiro elemento termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente (Ex: extra-escolar será escrito como “extraescolar”);
■ Quando o segundo elemento começar com r ou s. Nesse caso, a primeira letra do segundo elemento deverá ser duplicada (Ex: anti-social e contra-regra serão escritos como “antissocial” e “contrarregra”);

Outra regra para o hífen é a de incluí-lo onde antes não existia, nos casos em que o primeiro elemento finalizar com a mesma vogal que começa o segundo elemento (ex: microondas e antiinflamatório serão escritos como “micro-ondas” e “anti-inflamatório”.)

ACENTO DIFERENCIAL
Não se usará mais o acento para diferenciar:
■“pêra” (substantivo - fruta) e “pera” (preposição arcaica)
■“péla” (flexão do verbo pelar) de “pela” (combinação da preposição com o artigo)
■“pára” de “para” (preposição)
■“pêlo” de “pelo” (combinação da preposição com o artigo)“pólo” (substantivo) de “polo” (combinação antiga e popular de “por” e “lo”)

ACENTO CIRCUNFLEXO
Deixará de existir em:
■palavras que terminam com hiato “oo” (Ex: vôo e enjôo serão escritos como “voo” e “enjoo”)
■terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos dar, ler, crer e ver (ex: Lêem, vêem, crêem e dêem serão escritos como “leem”, “veem”, “creem” e “deem”)

ACENTO AGUDO
■Será abolido em palavras terminadas com “eia” e “oia” (ex: idéia e jibóia serão escritos como “ideia” e “jiboia”.
■Nas palavras paroxítonas, com “i” e “u” tônicos, quando precedidos de ditongo. Exemplos: “feiúra” e “baiúca” passam a ser grafadas “feiura” e “baiuca
■Nas formas verbais que têm o acento tônico na raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i”. Com isso, algumas poucas formas de verbos, como averigúe (averiguar), apazigúe (apaziguar) e argúem (arg(ü/u)ir), passam a ser grafadas averigue, apazigue, arguem.

ALFABETO
O alfabeto agora contará com as letras “k”, “w” e “y”, somando um total de 26 letras

DUPLA GRAFIA

Apesar de ser um acordo entre os países que falam português, essa reforma ainda permitirá a dupla grafia de palavras que são pronunciadas com entonação diferente em diferentes países.
No Brasil, por exemplo, fenômeno se escreve com acento circunflexo, enquanto em Portugal se usa o acento agudo (fenómeno), e além de escrita de forma diferente é também pronunciada de forma diferente. Em casos como esses, serão aceitas ambas as grafias.

GUIA DA NOVA ORTOGRAFIA

Você pode baixar um guia completo com as novas regras ortográficas, gratuitamente, clicando AQUI.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

PARA QUEM GOSTA DE LITERATURA E QUER PRATICAR REDAÇÃO

Um novo espaço dedicado a compartilhar textos literários, propostas de redação e materiais voltados para o estudo da Literatura em língua portuguesa.
Acessem:


Clique na imagem para ir ao site!

domingo, 25 de setembro de 2011

TIRANDO NA TIRA!

SENTIDO LITERAL X SENTIDO FIGURADO

 Conotação ou denotação? Como interpretar o texto de maneira mais adequada?

Quando pensamos nas facetas significativas das palavras, inseridas nos mais diferentes contextos, podemos pensar naquilo que a semântica chama de DENOTAÇÃO e de CONOTAÇÃO.
Tais conceitos são importantes para você que se prepara para prestar uma prova de língua portuguesa - num concurso, no vestibular, no Enem ou o que quer que seja.
Para dar aquela ajudinha, vamos falar um pouquinho sobre essas duas possibilidades de atribuição do significado ao significante.

Sentido denotativo (ou "literal", "ao pé da letra") é aquele em que a palavra está no seu uso mais comum, real e imediato; quando predomina tal uso significativo da palavra, dizemos que a linguagem é denotativa.

Aquela cobra capturada pelos bombeiros é muito venenosa!

Agora, quando a palavra não está sendo usada em seu sentido comum, configurando um pequeno desvio ou acréscimo em seu sentido original, dizemos que a linguagem é conotativa ou figurada. Observe o exemplo:

Aquela cobra ainda vai dizer o que não deve. (cobra = pessoa ruim, venenosa).

Assim, se você conseguiu entender bem o que são a conotação e a denotação, vai perceber que, no uso cotidiano da língua, não poderíamos dizer, por exemplo:

"O caminhão que levava as frutas tombou; o povo o saqueou e fez, literalmente, a feira."
"O preço dos alimentos subiu de modo considerável; está nas nuvens, literalmente."
"Quando o namorado de Sueli partiu, ela, literalmente, rastejou nos telefonemas, suplicando a sua volta."

Fica claro que, nos exemplos dados acima, houve apenas situações de ênfase; em nenhuma situação a palavra literalmente, portanto, está adequadamente empregada.
É conveniente que você atente para a construção do sentido no texto para saber como interpretar as informações codificadas pelo autor da maneira mais fiel possível.
Vale lembrar que, hoje em dia, as provas de língua portuguesa exigem muita interpretação e identificação correta da intenção por trás das palavras, o que faz com que, necessariamente, você mantenha os dois olhos bem abertos para os chamados fenômenos semânticos.
Buscar o sentido é das coisas mais importantes na leitura que fazemos dos mais variados textos a nossa volta.
Grande abraço a todos.

Professor Daniel Vícola

segunda-feira, 20 de junho de 2011

"GUARDARROUPA", "GUARDA ROUPA" OU "GUARDA-ROUPA"?


E que as novas regras ortográficas ainda nos deixarão loucos, disso não temos mais dúvida alguma!
E novas interrogações nos vão surgindo, fazendo-nos questionar antigas grafias e, não raro, inventar outras tantas, botando pra rodar na vitrola, uma vez mais, o bom e velho "samba do crioulo doido"!
Outro dia mesmo, durante uma aula, uma aluna me perguntou se a palavra "guarda-roupa", agora, não é mais escrita com o hífen. Naquele momento, recorrendo rapidamente à memória recente de leituras sobre o assunto, não me lembrei de ter lido, em lugar algum, a palavra em questão grafada sem o hífen ou mesmo "guardarroupa", como um outro estudante mencionou ter lido num determinado jornal.
A dúvida permaneceu até que eu pudesse, com a sempre valiosa e pontual ajuda do VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), exterminá-la de uma vez por todas: "GUARDA-ROUPA" ainda se escreve assim, com hífen; não sofreu alteração alguma.
Mas esse é só um dentre tantíssimos outros exemplos de como a nova ortografia nos confunde e nos deixa perdidos com tantas - questionáveis - modificações!
Vale a pena lembrar que o período de convivência entre a velha e a nova ortografia termina no ano que vem e, por isso, precisamos nos preocupar em conhecer as mudanças e aplicá-las - ainda que a contragosto! - no cotidiano escrito do idioma!
Caso estejam curiosos para conhecer essa mui-excelentíssima ferramenta ortográfica que é o VOLP, queiram, por gentileza, clicar aqui e consultá-lo à vontade!
E aqui continuamos na defesa do bom uso e do bom proveito de nosso amado idiomaterno!
Grande abraço a todos!

Prof. Daniel Vícola

terça-feira, 5 de abril de 2011

sábado, 2 de abril de 2011

ENTENDENDO O OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO


Muito bem. Estamos na aula sobre sintaxe do período simples, você imagina já ter entendido tudo sobre complementos verbais (objeto direto e objeto indireto) quando o professor vem com essa: "Vamos falar, agora, sobre o OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO, turma!"
Como assim? Será que a gramática enlouqueceu? Será que ela está contrariando suas próprias normas e querendo nos deixar confusos?
Muita calma nessa hora, minha gente! Por mais "absurda" que, à primeira vista, isso possa parecer, eu garanto pra vocês: esse fenômeno e sua nomenclatura FAZEM, sim, MUITO SENTIDO!
É só você prestar bastante atenção e entender por que é possível preposicionar um objeto direto sem, contudo, transformá-lo num objeto indireto.
Preparados para desmistificar mais um ponto relacionado à sintaxe do nosso idioma?
Pois bem, aqui vamos nós!

ENTENDENDO O OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO

Sabemos que objeto direto é o complemento que se liga ao verbo diretamente, isto é, sem o auxílio de preposição. Assim, em “Devemos respeitar nossos pais”, nossos pais é objeto direto do verbo respeitar porque se liga a ele sem a presença de preposição.(X respeita Y)
Entretanto, às vezes, o objeto direto pode aparecer precedido de preposição – e essa preposição, geralmente, é “a” – sem que isso o transforme em objeto indireto (que, como você já sabe, é complemento ligado ao verbo através de uma preposição). Neste caso, temos o objeto direto preposicionado, como em “Amar a Deus sobre todas as coisas”. “Amar”, no contexto, é transitivo direto (X ama Y), mas mesmo assim apareceu a preposição “a” (amar a Deus). 
Como você vê, existem contextos em que podemos empregar a preposição em relação a complementos que se ligam a verbos transitivos diretos. Normalmente, quando isso acontece, há razões semânticas por trás do preposicionamento desse objeto direto. Há casos em que o uso do objeto direto preposicionado é facultativo e, e outros em que tal uso pode ser considerado até mesmo "obrigatório", uma vez que sua função é promover a desambiguação da frase. Vejamos mais detidamente como isso se processa:

Uso facultativo:

• Com certos pronomes: “Márcia beneficiava a todos a sua volta” e "Gato a quem mordeu a cobra tem medo à corda". 

• Com verbos que exprimem sentimentos: “A garota amava aos que a rodeavam” e “Detesto a Paulo e à sua corja.”.

• Nas antecipações do objeto, comuns em provérbios: "A quinta roda ao carro não faz senão embaraçar" e “Ao boi, pega-se pelo corno e ao homem, pela palavra". 

• Como reforço à clareza: “Cumprimentei-o e aos que com ele estavam” e “Expulsou-o e aos comparsas”. Sem a preposição, podemos imaginar ser o segundo elemento do objeto direto sujeito de algum verbo, que na realidade não existe.

Uso obrigatório:

• Para evitar ambiguidade, mais precisamente, para não haver confusão entre o sujeito e o objeto: “A Daniel Mariana contratou” e “O urso ao caçador surpreendeu”. Sem a preposição, teríamos as construções ambíguas “Daniel Mariana contratou” e “O urso o caçador surpreendeu”. Nelas, não se sabe quem contratou quem nem quem surpreendeu quem. É claro que, como você já deve ter se questionado a essa altura, a ordem direta das frases resolveria muito bem a dificuldade: “Mariana contratou Daniel” e “O urso surpreendeu o caçador” –, mas se o escritor quiser manter a ordem inversa, a preposição é indispensável para a clareza da frase.

• Quando o objeto direto é constituído de formas pronominais: “Viu-me e a si própria refletidos nas águas da lagoa” e “Escolheu a eles seus conselheiros”. Sem a preposição, impõe-se o pronome oblíquo: “Escolheu-os seus conselheiros”. Veja ainda que as formas a mim, a si, a nós, etc. podem, pleonasticamente, reforçar os objetos representados pelos pronomes me, te, se, nos e vos, como em “Concluí que me feri a mim mesmo” e “Prejudicou-se a si próprio com o ato”. Como se vê, é também possível reforço adicional mediante o auxílio dos demonstrativos mesmo e próprio com propósito enfático.

Outra particularidade é a que se refere a verbos como comer e beber. Em “Gertrudes comeu a torta” e “Miguel bebeu o chá”, esses verbos são claramente transitivos diretos e consideramos que os sujeitos consumaram a ação, ou seja, comeram e beberam tudo. O que dizer, porém, de “Gertrudes comeu da torta” e “Miguel bebeu do chá”? Entendemos, nessas novas versões, que ambos os sujeitos comeram e beberam parte da torta e um pouco do chá, funcionando o objeto direto preposicionado, nesse caso, como um indicador de partitivo.

Espero que, a partir de agora, o conceito de objeto direto preposicionado fique mais claro para você!
Um grande abraço a todos e até a próxima!

Prof. Daniel Vícola

CORRIGINDO!

Queridões e queridonas que acessam o blogue: em nosso último encontro no Instituto Getusp, resolvendo uma das baterias de exercícios sobre VERBOS, uma das questões apresentou erro na marcação da resposta e, no embalo da resolução, sequer parei pra conferir o contexto da frase, que exigia a forma do verbo TER no singular, não no plural, como estava marcado, então, no slide, como resposta (alternativa E).
Recebendo e-mail da aluna Cecília, que faz o curso online, é que pude verificar o engano e, agora, felizmente, para o bem geral da nação, corrigi-lo em nome do perfeito aprendizado. (Obrigado, Cecília, por sua atenção e delicadeza!)
Abaixo reproduzo o teste em questão com a RESPOSTA CORRETA:


Fica claro, como vocês podem ver, que a concordância de TER, nesse caso, deve ser feita no SINGULAR - ele funciona como auxiliar do verbo HAVER que, neste caso, sendo sinônimo de "existir", não tem sujeito, senão objeto direto, exigindo que a locução permaneca na 3a pessoa do singular. Quando o verbo haver funciona como VERBO PRINCIPAL numa locução ele transmite a sua impessoalidade também para o verbo auxiliar, que concorda com ele, ficando na 3a pessoa do singular também.
É isso, minha gente.
Corrigida a falta, espero que todos tenham aprendido um pouco mais sobre os verbos.
Um grande abraço para a Cecília!
Até a próxima!

Prof. Daniel Vícola

terça-feira, 29 de março de 2011

CORREIO GRAMATICAL


Unindo o útil ao agradável, crio, a partir de agora, a seção "CORREIO GRAMATICAL", em que vou tratar de responder as dúvidas que os alunos me mandam via e-mail, compartilhando a informação com todos que acessam o blogue.
Inaugurando este novo canal, utilizo-me da carinhosa mensagem da Vânia, aluna do Instituto GETUSP:

Caro Prof. Daniel,
Antes de mais nada, gostaria de parabenizá-lo por suas aulas. Tenho prazer em assistí-las. Excelente didata!
Agora uma dúvida sobre a aula de verbos:
Qual a diferença entre infinitivo pessoal e impessoal?
Aguardo sua resposta,
Um abraço
Vânia

Oi,Vânia!

Muito obrigado por seu gentil retorno!
É muito bom saber e sentir os resultados do curso que preparo com tanto carinho.
A questão dos infinitivos é bastante simples, Vânia.
Vou tratar disso na aula de conjugações que vou gravar para o montante de "Redação".
Mas só para não a deixar curiosa, respondo: o infinitivo impessoal é o infinitivo como mostrei na aula. Seria o verbo "em seu estado bruto", sem nenhuma espécie de flexão (cantar, dizer, falar, sentir...)
Já o infinitivo pessoal é quando você pega a forma do infinitivo e a atribui a uma das pessoas do discurso. Por exemplo:

"Seria melhor nós ESTUDARMOS a lição, Maria!"
"É melhor FAZERMOS logo o almoço!"

Repare que, nessas frases, eu me utilizei do infinitivo, mas o atribui a primeira pessoa do plural, nós, ao dizer ESTUDARMOS e FAZERMOS. Repare que esses verbos AINDA NÃO FORAM CONJUGADOS, eu apenas atribui a AÇÃO expressa por eles a uma das três pessoas do discurso, sem que ela tenha, contudo, efetivamente praticado aquela ação!
Assim:

NÓS "FAZER" = NÓS "FAZERMOS"
NÓS "ESTUDAR" = NÓS "ESTUDARMOS"

A esse infinitivo com as marcas número-pessoais acrescidas através de desinências chamamos de INFINITIVO PESSOAL.
É isso, Vânia!
Espero ter ajudado.
Um grande abraço!

Prof. Daniel Vícola

segunda-feira, 28 de março de 2011

VALE EMPRESTAR AS PALAVRAS DE OUTRO IDIOMA?


Em matéria de língua não há propriedade privada; tudo é socializado.
(Roman Jakobson)

Diante das palavras desse que se tornou um dos maiores linguistas do século XX, impossível deixar de refletir sobre o caráter dinâmico da língua, das linguagens e dos códigos de que nos utilizamos para construir nossos atos de comunicação. Basta parar para pensar sobre o seguinte: à medida que o tempo passa, novos vocábulos vão se incorporando ao nosso discurso e permitindo que os relacionamentos humanos adquiram um perfil cada vez mais ativo, dinâmico e complexo. Para ilustrar o fenômeno que estamos aqui descrevendo, analisemos alguns fragmentos de uma canção intitulada "Samba do Approach", de autoria de dois conhecidos "Zecas": o Pagodinho e o Baleiro:

Venha provar meu brunch
saiba que eu tenho approach
na hora do lunch
eu ando de ferryboat

Eu tenho savoir-faire
meu temperamento é light
minha casa é hi-tech
toda hora rola um insight

Já fui fã do Jethro Tull
hoje me amarro no Slash
minha vida agora é cool
meu passado é que foi trash

Venha provar meu brunch
saiba que eu tenho approach
na hora do lunch
eu ando de ferryboat
[...]

Não dispenso um happy end
quero jogar no dream team
de dia um macho man
e de noite drag queen

Venha provar meu brunch
saiba que eu tenho approach
na hora do lunch
eu ando de ferryboat

E não pensem que o que essa letra tão bem humoradamente ilustra representa algo inédito, pois desde os mais remotos tempos observamos esses empréstimos linguísticos acontecerem e serem amplamente utilizados na linguagem informal, cotidiana. Não é de hoje que vamos pinçando, aqui e ali, uma palavrinha ou outra no vocabulário de outros povos, misturando-os ao nosso falar, apropriando-nos do que não é nosso. Basta pensar, séculos atrás, na alta incidência de palavras oriundas de línguas estrangeiras, mais precisamente de línguas célticas, germânicas e árabes no decorrer da formação da língua portuguesa, ainda na Península Ibérica. Logo após, com o advento das grandes navegações, empréstimos provenientes de línguas europeias, africanas, americanas e asiáticas tiveram seu destaque e nos regalaram suas contribuições.
Atualmente, o que se pode constatar com extrema recorrência são os empréstimos derivados do inglês norte-americano, difundidas em sua forma original ou até mesmo aportuguesadas. É, você nunca parou pra observar que, de tão usadas e repetidas, algumas palavras estrangeiras acabaram sendo aportuguesadas? Passando por um processo de aportuguesamento fonológico e gráfico, só para ficarem com a "carinha" do nosso idioma materno? Espia só: temos o bife (beef), futebol (football), xampu (shampoo) e tantas outras, tão presentes no nosso cotidiano que as proferimos sem ao menos nos darmos conta de que se tratam de estrangeirismos, concebendo-as, muitas vezes, como se fossem genuinamente portuguesas. Vale alertar para o seguinte, moçada: quando mantidas sob a forma original, sobretudo quando se trata da linguagem escrita, essas palavras devem ser destacadas pelas aspas. No caso da imprensa, normalmente são retratadas em itálico.
Se há problemas em utilizar esses empréstimos no seu dia-a-dia? Nenhum, ora pois! Basta de ter bom senso e demonstrar inteligência e criatividade ao fazê-lo. O contexto informal nos permite uma série de possibilidades expressivas das quais temos de nos utilizar quanto e como quisermos, sempre enriquecendo nosso discurso.
Agora, se tais usos revelarem, pela sua excessiva ocorrência ou por certo pedantismo, alguma sorte de "subserviência cultural", daí sim poderemos dizer que eles são totalmente out e nada têm a acrescentar à comunicação.
Como este é um blogue voltado para o estudo gramatical, cumpre, ainda, ressaltar o seguinte: em contextos formais, caso haja a necessidade, as formas a que você deve sempre dar preferência são aquelas que já foram aportuguesadas, certo?
No mais, see you next time, guys! ;-)

Professor Daniel Vícola

terça-feira, 22 de março de 2011

PROPOSITALMENTE ou PROPOSITADAMENTE?


Como sempre alerto aos alunos, nossa língua tem mistérios que a própria gramática desconhece. Pode ser numa conjugação verbal, na grafia esdrúxula de um termo, numa palavra que você jura - de pés juntos! - não existir e, quando vai consultar os bons dicionários, acaba descobrindo que existe, sim, e é, por incrível que pareça, até recomendada pelos defensores da norma culta.
É, minha gente, estudar nosso rico idioma é isso aí: estar sempre às voltas com dúvidas, as mais variadas possíveis!
O que me traz aqui, hoje, é a dúvida da Mirian, aluna da Turma Regular do GETUSP, que me perguntou, em sala de aula, o seguinte:

"Qual a forma correta, professor: PROPOSITALMENTE ou PROPOSITADAMENTE?"

E lá fui eu consultar todas as minhas mais seguras fontes para sanar mais essa dúvidae compartilhar a informação com os leitores do blogue.
Via de regra, o que os grandes dicionaristas da nossa língua registram como forma vernácula é o advérbio PROPOSITADAMENTE, derivado do adjetivo PROPOSITADO, ou seja "feito de propoósito".
De acordo com o padrão culto, então, parece-me, diante da pesquisa realizada, que a preferência lexical está com essa forma.
Contudo, alguns outros estudiosos da língua parecem não fechar as portas de todo para a variação PROPOSITALMENTE, mostrando-nos que, enquanto fruto de um processo de derivação sufixal, essa forma é totalmente válida, uma vez que o adjetivo PROPOSITAL existe, de fato, no vocabulário da língua e, portando, assim como acontece com PROPOSITADO, também pode dar origem a novas palavras como,  no caso, o advérbio PROPOSITALMENTE.
Aqueles que defendem a existência de PROPOSITALMENTE, contudo, fazem uma ressalva: por não ser forma dicionarizada, embora perfeitamente concebível para os padrões de formação de palavras do português, eles recomendam que, em contextos mais formais, se utilize a forma vernácula PROPOSITADAMENTE.
E é isso, minha gente. A língua sempre nos levando a refletir sobre suas possibilidades e seus usos.
Espero ter contribuído com os estudos de todos vocês!
Grande abraço.

Professor Daniel Vícola

segunda-feira, 21 de março de 2011

INDICAÇÕES DE AUTORES


Muitas vezes, em situações de sala de aula, alunos me perguntam se eu tenho alguma indicação de material para que eles possam utilizar em seus estudos preparatórios para concursos.
Pois bem, eu tenho, sim, alguns autores de que gosto mais e aos quais sempre recorro tanto para preparar aulas quanto para sanar dúvidas.
Como cada autor pode ter mais de uma obra, vou citar apenas nomes. Como são autores que conheço bem, posso garantir que os materiais que escrevem são bons, didáticos e completos.
Aqui vai a lista:

Nilson Teixeira de Almeida
Pasquale Cipro Neto
William Cereja e Thereza Cochar 
Platão e Fiorin
Ulisses Infante
Mauro Ferreira
Faraco e Moura

Qualquer material que você consiga, de qualquer um desses autores, será, com certeza, um material de qualidade e bom para se estudar.
Espero ter ajudado a todos.
Grande abraço!

Professor Daniel Vícola

quarta-feira, 9 de março de 2011

CONHEÇA UM POUCO MAIS SOBRE O ENEM


O ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) teve seu início na segunda metade da década de 1990, com o intuito de se obter dados qualitativos sobre os formandos do ensino médio em nosso país. Inicialmente, a prova era composta de 63 questões de múltipla escolha envolvendo 04 grandes áreas do conhecimento (Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias) mais uma redação. Os conteúdos analisados eram diferentes dos conteúdos cobrados pelos tradicionais vestibulares. No ENEM, sempre cobrou-se do aluno uma gama de habilidades e competências que, somadas aos conteúdos assimilados durante o ensino médio, dão ao aluno a possibilidade de uma grande quantidade de acertos. Além disso, como sempre falo em relação aos vestibulares tradicionais, consegue a vaga quem erra menos e não quem acerta mais, intenção essa do ENEM. Como a prova não é obrigatória para os formandos, no início, sua adesão foi muito baixa. Verificando o problema, o governo federal - via MEC e INEP - resolveu criar artifícios para que a prova fosse mais atrativa para os recém-egressos do ensino médio. Foi aí que surgiu o ProUni (Programa Universidade Para Todos), que proporciona bolsas de estudo (integrais ou parciais) para os estudantes que concluiram o ensino médio em escolas públicas (ou 100% de bolsa em escolas particulares) e que se enquadrem em padrões socioeconômicos determinados pelo MEC. Além do ProUni, diversas universidades (públicas e particulares) também começaram a adotar a prova como elemento para determinar o ingresso em seus cursos.
Em 2009, o MEC resolveu ampliar a abrangência do ENEM. Modificou o formato da prova que passou a contar com 45 questões de múltipla escolha de cada grande área do conhecimento - perfazendo um total de 180 questões - além da redação. Além da modificação do formato, criou o SISU (Sistema de Seleção Unificada), onde o aluno, independentemente da região onde resida, consegue vaga em qualquer universidade federal participante do SISU. Exemplo: um aluno de São Paulo, realiza a prova do ENEM em sua cidade; após o resultado, ele insere a nota obtida no site do SISU em um curso em até 5 campi das universidades federais participantes. Isso é democratização do acesso à universidade federal. Além desse aluno ainda poder contar com o ProUni, caso se enquadre nos padrôes exigidos e descritos acima.
Além dessas oportunidades geradas, o ENEM ainda proporciona diploma do ensino médio a pessoas maiores de 18 anos desde que tire mínimo 400 em cada área do conhecimento e 500 na redação.
Até que enfim nossos governantes tomaram atitudes para tentar resolver, a curto prazo, um dos principais gargalos do desenvolvimento econômico do nosso país que é a carência de mão-de-obra qualificada.
Foi pensando nisso que criei (a princípio em Osasco-SP) um curso preparatório para o ENEM, a preços populares, mas com qualidade suficiente para que nossos alunos consigam seus objetivos ao fazer a prova. Fica o link do nosso blog.


Abraço.

Professor Rodrigo Dionisi Capelli

Sobre o Autor:
Formado em Ciências Sociais pela Unesp (Araraquara), pós-graduado em Sócio-Psicologia pela FESPSP. Professor da área de Ciências Humanas (Filosofia, Geografia, História e Sociologia) para o Ensino Mèdio, Pré-Vestibulares e ENEM e graduação. Grande entusiasta da democratização da educação.

terça-feira, 1 de março de 2011

DE VOLTA À SALA DE AULA


Sim, meus queridos. Depois de um longo período longe das salas de aula - tudo tem seu momento e a "pausa" foi providencial! - estou retomando a "missão" de professor e, muito felizmente, da melhor forma possível: com os cursos preparatórios para concursos públicos do GETUSP e com o curso preparatório para o ENEM do professor Rodrigo Capelli, em Osasco, o CEPE.
O que espero dessa retomada é muito e profícuo trabalho, muita energia à disposição da educação e muita vontade de fazer com que o retorno seja ainda mais gratificante do que aquilo que houve antes.
Gosto da minha profissão e acredito nela. Sei que se há profissionais que podem efetivamente construir um futuro melhor para o nosso país, esses profissionais somos nós, PROFESSORES, comprometidos com a nossa tarefa de levar conhecimento e oportunidades de crescimento aos jovens, que precisam voltar a acreditar que só através da EDUCAÇÃO podemos atingir, com dignidade, o sonho de dias melhores, mais dignos e de igualdade entre as pessoas.
Vou, aos poucos, retomando também a dinâmica do blogue.
Espero comentários, visitas, participação ativa de todos vocês por aqui.
Feliz com o momento e com as boas promessas para 2011.
Um grande abraço!

Professor Daniel Vícola